ATENÇÃO: Essa notícia contém alguns spoilers do filme. 

O remake live-action de Lilo & Stitch tem gerado bastante discussão, especialmente sob o olhar de quem trabalha com animação. 

Com o foco na nostalgia que as produtoras têm explorado atualmente, a Disney trouxe de volta a história da garotinha havaiana e seu bichinho de estimação alienígena. Mas, afinal, como a nova versão se sai do ponto de vista técnico e narrativo? 

Três profissionais de animação compartilharam suas impressões sobre o filme. A principal conclusão é que o remake é uma obra distinta do original, com propósitos diferentes, e uma não anula a outra. No entanto, algumas decisões criativas se mostraram arriscadas. 

Confira os principais pontos analisados 

    • Ritmo: Uma diferença marcante é o ritmo. O remake é descrito como aceleradíssimo, parecendo um vídeo rápido de TikTok ou uma série, com muitas cenas e cortes rápidos. Isso contrasta com as pausas e o ritmo mais lento da animação original, que permitia assimilar o conteúdo e a emoção. Essa aceleração afeta o peso dramático de certas cenas. 
    • Fotografia e Direção de Arte: Aspectos fotográficos como iluminação, cores e tempo de cena parecem ter recebido menos cuidado em algumas partes do remake em comparação com o original. A paleta de cores do filme é vista como muito simples, sem grandes mudanças de humor para cenas que as exigem. Cenas icônicas, como a da rede entre Lilo (Maia Kealoha) e Nani (Sydney Agudong), perderam o calor e a emoção visual que tinham na animação. 
    • Animação dos Personagens Alienígenas: A animação do Stitch (Chris Sanders) em live-action foi amplamente elogiada. Ele é considerado carismático, engraçado e fofinho. Os criadores acertaram em brincar no limite entre a física real e a estilização necessária para aliens, evitando o estranhamento de produções como O Rei Leão. A animação facial do Stitch é particularmente boa, comunicando muito mesmo com menos falas. A animação do Jumba (Zach Galifianakis) também é destacada como estilizada e bem-feita. Já o design do Pleakley (Billy Magnussen) gerou estranhamento, sendo descrito como gelatinoso e com um olho bem esquisito. 
    • Personagens Humanos: A atuação da atriz que interpreta Lilo foi considerada perfeita e impecável, trazendo o carisma da personagem. A Nani do remake é vista como diferente, talvez um pouco mais imatura que a original. A separação do papel do Cobra Bubbles (Courtney B. Vance) e da assistente social, Mrs. Kekoa (Tia Carrere), deu mais profundidade tanto para a Nani quanto para o filme, permitindo explorar as dificuldades reais da família. O personagem de David (Kaipo Dudoit) também ganhou mais participação e profundidade. 
    • Adaptação do Roteiro e Cenas Perdidas: O remake foca mais na relação entre Lilo e Nani. Algumas cenas e personagens importantes da animação original foram alterados ou removidos. Gantu, por exemplo, não está no remake, e seu papel de “caçador” foi transferido para Jumba, o que não foi visto como positivo. Cenas marcantes, como a do livro do Patinho Feio com Stitch ou o contexto importante do Elvis Presley na história da Lilo, perderam seu peso ou foram simplificadas ao ponto de passarem batido. A famosa cena de Pleakley vestido de mulher também foi mudada. 

Conclusão

Embora o remake de Lilo & Stitch traga pontos positivos, como a animação do Stitch e uma maior profundidade para alguns personagens humanos, ele apresenta um ritmo muito mais acelerado e aparenta ter perdido o cuidado técnico e emocional de certas cenas cruciais do original. Visto como um produto diferente, ele pode ter seu valor, mas para os fãs do clássico, a comparação é natural e pode gerar decepção em alguns aspectos. 

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“Mundo Proibido”, novo longa de animação dirigido por Alê Camargo e Camila Carrosselli, estreou nos cinemas como um marco da produção independente no Brasil. A obra nasceu da série “As Aventuras de Fujiwara Manchester” (TV Cultura, 2017) e se inspira em textos escritos por Alê na infância.

Produzido pela Buba Filmes com apoio de editais públicos como Spcine e distribuição da Omelete Unlimited, o filme mistura aventura sci-fi, fantasia e temas existenciais, com uma estética autoral e identidade brasileira. 

No Podcast Meliense #130, os diretores contaram bastidores da produção, os desafios enfrentados – como a pandemia – e a importância do animatic, do trabalho colaborativo com a equipe e da persistência em concluir o projeto. 

Da ideia ao cinema: como nasceu “Mundo Proibido” 

O filme evoluiu de uma série cult para uma narrativa cinematográfica independente, com cerca de 1.300 cenas animadas. Para viabilizar a produção, a equipe dividiu o longa em blocos menores, como curtas, e enfrentou a pandemia produzindo remotamente. A distribuição só foi possível por meio de edital, como o da Spcine. 

Personagens e inspirações

O casal protagonista Fuji e Lídia vive uma jornada por trilhos espaciais, cheia de referências a Ghibli, Star Wars e cultura pop, abordando temas como escolhas e transformação. A personagem Zi, criada antes mesmo da filha dos diretores nascer, traz ainda mais conexão pessoal à trama.

Animação brasileira com alma e coragem

“Mundo Proibido” é um exemplo de que é possível fazer animação nacional de qualidade, mesmo sem grandes orçamentos. A história da sua produção inspira novos artistas e animadores, com conselhos valiosos sobre criatividade, finalização de projetos e autenticidade autoral.

Passou nas telonas

O filme passou no Circuito Spcine e em salas como o Espaço Petrobras de Cinema durante o mês de março e abril. A série original pode ser vista no YouTube da Buba Filmes.

Aulas Gratuitas para ouvir 

Se você acha que conteúdo como esse é escasso, então vem conhecer mais do Podcast Meliense. 

São mais de 130 episódios com profissionais do mercado criativo, onde contam suas histórias de vida, trampos e diversas dicas sobre como você pode se tornar um profissional mais que qualificado. 

Confira o podcast no tocador que preferir: 

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O cinema baiano segue conquistando o mundo, e o curta-metragem “Meu Pai e a Praia” é um dos grandes destaques do momento. Com uma narrativa afrofuturista envolvente e efeitos visuais de alto nível, o filme foi selecionado para abrir o AfroCannes 2025, evento internacional que ocorre em paralelo ao prestigiado Festival de Cinema de Cannes, na França. 

Mas o sucesso não para por aí: o filme também integra a programação do Philadelphia Latino Arts & Film Festival (PHLAFF), nos Estados Unidos, que acontece entre os dias 25 de maio e 6 de julho. A exibição está marcada para 14 de junho, dentro da sessão especial Coming of Age Shorts Block. Além disso, Meu Pai e a Praia recebeu o Prêmio de Direção de Arte no festival Panorama Coisa de Cinema 2025, reforçando sua força estética e criativa.

Afrofuturismo com Identidade Baiana

Dirigido e produzido por Marcos Alexandre, o curta traz uma história de ficção científica ambientada em uma Salvador futurista, abordando temas como ausência paterna, maternidade solo, afeto familiar e tecnologia. O filme foi selecionado dentro da temática oficial do AfroCannes 2025: Afro-Futurismo: Um Diamante Bruto”.

A trama acompanha Kinho, um garoto frustrado por seu pai não poder levá-lo à praia. No dia seguinte, o pai aparece com uma atitude estranhamente diferente, e o menino embarca em uma jornada de descobertas emocionais e tecnológicas. A narrativa potente reforça a força das narrativas afro-diaspóricas brasileiras e foi realizada com apoio dos Editais da Paulo Gustavo Bahia. 

Destaque nos Efeitos Visuais com a Assinatura da Nimbus VFX

Um dos grandes trunfos técnicos do curta é a excelência nos efeitos visuais (VFX), desenvolvidos pelo Nimbus VFX, estúdio 100% baiano que tem ganhado projeção no mercado criativo. A empresa foi fundada pelos diretores Alan Reis e Filipe Louzado, ambos com mais de 10 anos de experiência em pós-produção audiovisual — e detalhe importante: todos são melienses, formados pela Faculdade Méliès na Pós-Graduação em Efeitos Visuais. 

O estúdio nasceu, inclusive, da necessidade de dar vida ao universo visual do filme, reunindo um time especializado em conceitos visuais, supervisão de set e criação de elementos como HUDs, hologramas e “efeitos invisíveis”. 

Conexão Local e Imaginação Futurista 

Outro ponto alto foi a colaboração com o artista 3D Leonardo Marques (também meliense), responsável pela modelagem e animação das naves inspiradas nas barcas de Salvador-Itaparica — uma escolha estética original que conecta a ficção científica à cultura baiana de forma criativa e simbólica. 

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